27 setembro, 2007

Nostalgia - Raul Seixas

Raul Santos Seixas (Salvador, 28 de junho de 1945 — São Paulo, 21 de agosto de 1989), o "Raulzito", "Maluco Beleza", foi um cantor e compositor brasileiro, pioneiro do rock and roll nacional. Por isso, ficou conhecido como o pai do rock and roll brasileiro.
Filho do casal Raul Varella Seixas e Maria Eugênia Seixas, Raul cresceu numa Salvador um tanto estagnada, alheia aos progressos de uma modernidade que passava ao largo da capital baiana.

O COMEÇO

Em casa obtém uma cultura que o faz adiantar-se àquilo que era ensinado nas escolas, mergulhando nos livros que tinha em casa, na biblioteca do pai. Até o final de sua vida, sempre foi avançado para sua época, o que é comprovado pelas músicas por ele compostas e que até hoje são executadas.Seu gosto musical foi se moldando: primeiro, no rádio, acompanha o sucesso de Luiz Gonzaga, e nas viagens onde acompanha o pai (inspetor de ferrovia), ouve os matutos desfiarem repentes - e esta "raiz" nordestina nunca o abanonara.
Num segundo momento, a família Seixas mudou-se para uma casa que ficava próxima ao Consulado Americano. Ali Raul conheceu os garotos do consulado, que lhe emprestaram alguns discos de Elvis Presley, Little Richard, Fats Domino, Chuck Berry etc. Foi o primeiro contato com o Rock and Roll.

"Eu ouvia os discos de Elvis Presley até estragar os sulcos. O rock era como uma chave que abriria minhas portas que viviam fechadas. Usava camisa vermelha, gola virada para cima. As mães não deixavam as filhinhas chegarem perto de mim porque eu era torto como o James Dean. Olhava de lado, com jeito de durão. Cada vez que eu cumprimentava uma pessoa dava três giros em torno do próprio corpo. Eu era o próprio rock. Eu era Elvis quando andava e penteava o topete. Eu era alvo de risos, gracinhas, claro. Eu tinha assumido uma maneira de vestir, falar e agir que ninguém conhecia. Claro que eu não tinha consciência da mudança social que o rock implicava. Eu achava que os jovens iam dominar o mundo."
Nas telas dos cinemas, encanta-se com o talento de Elvis Presley, de quem torna-se fã - e aponta-lhe o rumo musical: o Rock'n Roll. Sempre gostou também de clássicos do rock dos anos 50 e 60.
Junto a alguns amigos de Salvador, monta um conjunto, "Os Relâmpagos do Rock", mais tarde "The Panters", e por último conhecido como "Raulzito e os Panteras". Fazem shows no estado, e a convite do amigo Jerry Adriani, vai para o Rio de Janeiro, gravar um disco pela gravadora Odeon, em 1967 - que foi um total fracasso.
Após algum tempo, volta ao Rio, em 1970- 71, desta feita contratado por outra gravadora - a CBS (atual Sony BMG). Ali participa da produção de diversos artistas da Jovem Guarda, como Jerry Adriani, Leno e Lilian, entre outros.
Mas Raul acaba se rebelando. Aproveitando a ausência do presidente da empresa, grava seu segundo LP (intitulado Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10), onde faz parceria com Sérgio Sampaio, à época um promissor sambista. O disco foi logo retirado do mercado - Isso lhe valeu a expulsão da CBS quando o presidente voltou. O disco então sumiu, "misteriosamente", do mercado.
Em 1972 participa do VII FIC (Festival Internacional da Canção), promovido pela Rede Globo, e tem duas músicas classificadas, o que lhe deu projeção nacional.

DÉCADA DE 70

No ano de 1973, já contratado da Philips (atual Universal Music), grava o LP Krig-Ha, Bandolo! com o qual Raul alcançou finalmente o sucesso, estabelecendo a parceria com o hoje escritor Paulo Coelho.
No ano de 1974, por divulgar a Sociedade Alternativa nas suas apresentações, acabou sendo preso e torturado pelo DOPS, exilando-se nos Estados Unidos. No entanto, o sucesso do seu LP Gîtâ e da música Gita, que lhe rendeu um disco de ouro, após vender 600.000 cópias, fazem-no retornar ao Brasil. Neste ano separa-se de sua primeira mulher, Edith Wisner, com quem teve uma filha.
Em 1975, casa-se com Gloria Vaquer, e grava o LP "Novo Aeon".
Em 1976, grava o disco "Há Dez Mil Anos Atrás", e tem sua segunda filha, Scarlet.
Lançou mais outros três discos pela WEA (hoje Warner Music Brasil), a partir de 1977, que fizeram sucesso de público e desgosto na crítica. Por volta deste período, intensifica-se a parceria com o amigo Cláudio Roberto, com quem Raul comporia várias de suas canções mais conhecidas, como "Maluco Beleza", "O Dia em que a Terra Parou", "Rock das Aranha", "Aluga-se" etc.
A partir do ano de 1978, começa a ter problemas de saúde devido ao consumo de álcool. Neste ano, conhece Tania Menna Barreto, com quem se casa, após abandonar a segunda esposa.
No ano de 1979, separa-se de Tania e conhece Angela Affonso Costa, a Kika Seixas, com quem se casa algum tempo depois.

DÉCADA DE 80

No ano de 1980, assinando novamente contrato com a CBS, lançou apenas mais um álbum (Abre-te Sésamo) e rescindiu o contrato.
Em 1981, nasce a terceira filha, Vivian, fruto de seu casamento com Kika.
Seus dois discos seguintes ("Raul Seixas" - 1983 e "Metrô linha 743" - 1984) e o livro As Aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thor fizeram sucesso, mas depois Raul teve as portas fechadas novamente, devido ao seu consumo excessivo de álcool e constantes internações para desintoxicação.
Em 1985, separa-se de Kika Seixas. Faz um show, em 1 de dezembro deste ano, no Estádio Lauro Gomes, na cidade de São Caetano do Sul. Só voltaria a pisar no palco no ano de 1988, ao lado de Marcelo Nova.
Conseguindo um contrato com a gravadora Copacabana, em 1986 (de propriedade da EMI), grava um disco que foi grande sucesso entre os fãs, (UAH-BAP-LU-BAP-LA-BEIN-BUM - 1987) estando presente até em programas de televisão, como o Fantástico. Nesta época, conhece Lena Coutinho, que se torna sua companheira. A partir desse ano, estreita relações com Marcelo Nova (fazendo uma participação no LP "Duplo Sentido", da banda Camisa de Vênus).
Um ano mais tarde, 1988, já sozinho, faz seu último álbum solo (A Pedra do Gênesis). A convite de Nova, faz alguns shows em Salvador, após três anos sem pisar num palco.

O FIM

No ano de 1989, faz uma turnê com Marcelo Nova, agora parceiro musical, totalizando mais de 50 apresentações pelo Brasil.
O último disco lançado em vida foi feito em parceria com Marcelo Nova, intitulado "A Panela do Diabo", que foi lançado pela Warner Music Brasil dois dias antes da sua morte. Raul Seixas faleceu dia 21 de agosto de 1989, aos 44 anos. Seu corpo foi encontrado às oito horas da manhã, pela sua empregada, Dalva. Foi vítima de parada cardíaca: seu alcoolismo, agravado pelo fato de ser diabético, e por não ter tomado insulina na noite anterior, causaram-lhe uma pancreatite aguda fulminante. O LP " A Panela do Diabo" vendeu mais 100.000 cópias, rendendo ao Raul um disco de ouro póstumo, entregue à sua família e também a Marcelo Nova (parceiro de Raul, com quem gravou o LP), tornando-se assim um dos discos de maior sucesso do eterno Maluco Beleza.

A IMORTALIDADE

Das canções que Raulzito deixou, muitas foram aquelas que permaneceram eternizadas pelo gosto do público. Entre elas, Maluco Beleza, Metamorfose Ambulante, Sociedade Alternativa, Gîtâ, Eu nasci há 10 mil anos atrás e Medo da Chuva. Entre os fãs, costumam aparecer também outras músicas, entre elas, Ouro de Tolo, S.O.S., Mosca na Sopa, Tente Outra Vez, Eu Sou Egoísta, Para Nóia, Água viva, e Cachorro-Urubu.

Agora o sempre presente.. Clip este é um clássico ao vivo com audio original remasterizado ao estilo Black Sabbath, The Who, Led Zeppelin etc.

Clip - Rock do Diabo

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